A História de uma Região Fenómeno

 

Em 1976, por conta do PREC – Processo Revolucionário em Curso e da Lei da Reforma Agrária, um grupo de camponeses ocupou as propriedades da Sociedade Agrícola de Pias, passando esta conquista a ser reconhecida como uma bandeira da revolução e um exemplo para um país que se começava a erguer após o fim da ditadura. Chegavam autocarros de todo o lado para testemunhar, na primeira pessoa, o sucesso destes homens. No regresso, levam a memória de Pias em forma de garrafa, celebrando-a por todo o lado.

O país aprendeu a lembrar o nome de Pias e passou a destaca-lo no mapa, gerando um verdadeiro fenómeno que perduraria até aos dias de hoje.

Mais de quatro décadas depois, a história repete-se e é feita uma nova ocupação – desta vez através da apropriação industrial indevida da marca Pias, que é tomada e absorvida pelo mercado. Nasciam, assim, centenas de marcas sob a mesma designação, muitas vezes sem que a produção tivesse a sua origem na região ou, em casos mais urgentes, no país. Sem oposição das entidades responsáveis, Pias passou a ser território de ninguém e o seu vinho, lentamente, perdia a identidade.

Em 2020, a família Margaça recupera o fôlego e desenha uma nova estratégia, reclamando a legitimidade da origem dos seus vinhos, os verdadeiros vinhos de Pias. Nasce uma nova marca – os vinhos Família Margaça -, em homenagem à família e às gentes da vila, e introduz-se um novo posicionamento e imagem no mercado, com a missão de devolver a Pias o que é – e sempre foi – de Pias.